domingo, 1 de abril de 2012

Resenha de Iracema - José de Alencar

Nascido na cidade de Messejana, em primeiro 1º de maio de 1829, Rio de Janeiro. José Martiniano de Alencar foi um jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro. Destacou-se com sua obra indigenista Iracema (1865), epopéia sobre a origem do Ceará, tem como personagem principal a índia Iracema, a "virgem dos lábios de mel" de "cabelos tão escuros como a asa da graúna”. O romance conta, de forma poética, o amor quase impossível entre um branco, Martim Soares Moreno, pela bela índia Iracema.
A história se inicia com Martim e seu amigo Poti, ambos da tribo dos pitiguaras e inimigos dos tabajaras, saindo à caça. Com isso, o guerreiro branco se perde na mata, sendo atingido por uma flecha lançada por Iracema, assustada com a presença do estrangeiro. A índia arrependida de seu ato, quebra com Martim a “flecha da paz”, gesto que simbolizava a amizade. A mesma então o salva, levando-o para sua aldeia. Araquém, pai da virgem dos lábios de mel acolhe o rapaz mesmo dizendo que é da tribo adversária. Iracema leva servente a Martim, mas esse não aceita, pois esperava ficar com ela. Entretanto, a índia era especial para os tabajaras, ao invés de se casar como as outras, ela havia sido escolhida para guardar o segredo de Jurema e fabricava para o pajé a bebida de Tupã, distribuída entre os guerreiros nos rituais religiosos. Para manter-se pura, Iracema devia permanecer virgem. Mas a mesma não cumpre com o combinado, pois acaba se apaixonando por Martim, fato que é tomado como traição. Com isso, eles resolvem fugir com a ajuda de Poti. Irapuã, chefe da tribo tabajara, apaixonado por Iracema, movido por ciúmes queria se vingar do estrangeiro, armando uma guerra com seus rivais, no entanto começa a guerra em que os portugueses lutam contra indígenas, mas que o guerreiro não contava com a derrota. A índia que além de sofrer com a perda de seu povo, tem que aprender a conviver longe de seu amado, que teve que partir a procura de amenizar a saudade da distante origem, deixando-a grávida. Ao retornar, ele a encontra a beira da morte de tanto se esforçar para alimentar seu filho Moacir, nascido da dor. Em meio a tanto sofrimento, Iracema não resiste à debilitação e falece. Martim a enterra ao pé de um coqueiro, no qual ele mais gosta e assim quando o vento soprar, a índia ouvirá sua voz.
Contudo, a índia por amor a Martim abandona sua tribo. Se entregando, de certa forma, ao sofrimento. Dessa maneira, a obra mostra a miscigenação (indígena e européia), de onde surge Moacir. Sendo caracterizada também, por um anagrama de América.